Emagrecedores famosos para o controle da obesidade como a Amfepramona, Femproporex, Mazindol e Sibutramina podem voltar ao mercado.
Quase seis anos após a proibição dos inibidores de apetite mais populares no Brasil, um projeto aprovado na câmara dos deputados anulou a proibição, gerando um novo conflito entre a Anvisa, médicos e o congresso.
Os medicamentos anorexígenos como amfepramona, femproporex e mazindol, considerados “parentes” das anfetaminas, foram utilizados por décadas em tratamentos contra a obesidade, até serem vetados pela Anvisa em 2011. Na época, a Anvisa alegou que não havia nenhuma comprovação científica que tais medicamentos eram eficazes e que os riscos à saúde do paciente eram maiores do que os possíveis benefícios.
Agora, o projeto que segue para sanção ou veto do presidente Michel Temer prevê a liberação dessas substâncias no país e também da sibutramina; outra droga contra obesidade que foi mantida na decisão de 2011, mas com restrições, como necessidade de prescrição médica especial.
Muitos médicos são favoráveis a liberação destes medicamentos, pois aumentam as possibilidades no tratamento contra a obesidade.
Atualmente temos quatro opções de medicamentos para o controle da obesidade: sibutramina, orlistat (Xenical), liraglutida (Saxenda) e cloridrato de lorcasserina (Belviq). Na teoria, tais medicamentos só podem ser comprados com receita médica.
Para a endocrinologista Maria Edna de Melo, presidente da Abeso (Associação Brasileira de Estudos da Obesidade), há uma estigmatização do tratamento da obesidade, e nem todos os pacientes conseguem emagrecer com exercícios físicos e dieta, por exemplo. Por isso, ela defende a liberação desses medicamentos.
“Todo mundo fala: é só fechar a boca. Não é. Se fosse só isso, não teríamos essa epidemia mundial de obesidade.”
Já para Francisco Paumgarten, professor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, a liberação de qualquer medicamento por meio do Congresso é lamentável e fere a autonomia da Anvisa, responsável por regular o mercado de medicamentos. Segundo ele, que estuda o tema, a eficácia desses medicamentos é questionável. Muitos pacientes não respondem a esses medicamentos. E mesmo os que perdem peso, quando suspendem o uso, ganham tudo de novo.
Ele cita um estudo com a sibutramina feito com 10 mil pacientes que detectou um aumento do risco de infarto entre aqueles que utilizavam a substância. Os riscos são maiores do que os benefícios, diz ele, que também cita como efeitos colaterais o risco de dependência, aumento da hipertensão arterial e problemas psiquiátricos.
Já para Melo, da Abeso, o fato dos inibidores de apetite como o anfepramona, femproporex e mazindol terem ficado disponíveis no mercado por décadas mostra que eles são seguros, e que os problemas relacionados ao consumo deles foram a má prática e abuso das prescrições, com doses elevadas.
Em nota, a Anvisa afirma que vai recomendar que o projeto seja vetado. E você, é a favor ou contra a liberação desses medicamentos? Deixe sua opinião.
ATENÇÃO: Este artigo serve apenas para fins informativos e não se destina a fornecer assistência médica. Este artigo possui autorização do autor.
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