Bioenergética: As fontes de energia para o trabalho muscular!
BIOENERGÉTICA! A literatura técnica diz que esta se refere “AS FONTES DE ENERGIA PARA O TRABALHO MUSCULAR”. Aí começou a confusão! “MUITA HORA NESSA CALMA”…rsrsrs… e não se assustem se parecer um pouco técnico demais no início, contudo entenderão os conceitos e isso É O QUE INTERESSA!
O que o músculo REALMENTE usa como “combustível” para gerar o trabalho muscular é o ATP (Adenosina Trifosfato – 1 molécula de adenosina ligada a 3 radicais fosfato) que fornece sua energia através da liberação de um radical fostato se tornando em ADP (Adenosina Difosfato). Já as “FONTES DE ENERGIA” desempenham o papel na RECONSTITUIÇÃO (ressíntese) do ADP em ATP novamente para que o trabalho muscular possa ser continuado. Nós possuímos duas fontes de energia ditas ANAERÓBIAS (onde não se precisa usar o Oxigênio para recompor o ADP) e uma fonte AERÓBIA (que utiliza o Oxigênio para recompor o ADP).
Até aqui tudo bem, não é? Mas não se apavorem agora, pois vamos apenas falar sobre cada uma das fontes sem entrar em grandes detalhes, ok?
Fontes Anaeróbias
a) O SISTEMA ATP-PC (Adenosina Trifostato – Fosfocreatina)
Tanto a ATP quanto a PC ESTÃO DENTRO DAS CÉLULAS MUSCULARES e sendo a fonte primária para eventos de altíssima intensidade e curta duração. As duas substâncias se assemelham por um radical fosfato e uma ligação rica em energia. A ATP quando “quebrada” em ADP + P é que libera energia para as ações musculares. Por não existirem receptores para a fosfocreatina nas pontes transversas, o desdobramento da fosfocreatina em creatina e radical fosfato somente poderá ser utilizado na ressíntese da ADP em ATP. O ESTOQUE INTRAMUSCULAR DE ATP-PC É LIMITADO PODENDO SER EXAURIDO EM 30 SEGUNDOS OU MENOS DE EXERCÍCIO INTENSO E A RESPIRAÇÃO OFEGANTE APÓS TAL EVENTO É PARA QUE AS RESERVAS DE ATP-PC SEJAM RESTAURADAS AEROBICAMENTE.
b) A GLICÓLISE
Com a continuidade do esforço e exaustão da fonte ATP-PC, é a vez do glicogênio intramuscular ser desdobrado para a ressíntese da ATP. A quebra de uma molécula de glicose libera a energia necessária para a ADP ser ressintetizada, mas duas moléculas de piruvato são obtidas e transformadas em ácido lático. A quebra do ácido lático em lactato e íons hidrogênio produz diversos efeitos colaterais que induzem a fadiga e dor. Apesar disto, esta fonte energética produz uma quantidade maior de energia do que a ATP-PC, mas em menor quantidade por segundo. ASSIM SENDO, É A FONTE UTILIZADA EM EVENTOS DE ALTA INTENSIDADE E DE 1 A 3 MINUTOS DE DURAÇÃO. A NECESSIDADE DE REMOVER O ÁCIDO LÁTICO É, EM PARTE, A CAUSA DA RESPIRAÇÃO OFEGANTE APÓS O ESFORÇO.
Fonte Aeróbia
Também chamada de FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA se traduz como sendo a fonte de energia que utiliza o oxigênio na ressíntese da ATP. Esta pode metabolizar açúcares e gorduras. O metabolismo aeróbico do glicogênio começa como a glicólise, mas em função do oxigênio presente, o piruvato não é convertido em ácido lático e sim levado para duas sequências de reações químicas (Ciclo de Krebs e Sistema de Transporte de Elétrons) onde para cada molécula de glicogênio fornecerá 37 de ATP. O metabolismo aeróbico das gorduras se inicia numa série de reações chamadas de beta-oxidação, para depois passarem diretamente para o Ciclo de Krebs. Tanto o metabolismo dos açúcares quanto das gorduras produzem ao final, água, dióxido de carbono e ATP. PREDOMINA SUA AÇÃO GERALMENTE APÓS 3 MINUTOS DE ATIVIDADE CONTÍNUA.
PRONTO! AGORA A CONFUSÃO FOI FORMADA! Pessoas, não se esqueçam que EM MOMENTO ALGUM PARAMOS DE RESPIRAR E FAZER AEROBIOSE! O problema que a FONTE AERÓBIA é “lerdinha” coitada. Façamos uma analogia a um CARRO 1.0, motor fraquinho que vem tranquilo em 5ª marcha e de repente encara uma LADEIRA, você acelera, sobre o giro do motor (sobe a frequência cardíaca e ventilação minuto mandando mais oxigênio e os outros substratos para os músculos), mas não consegue manter a velocidade e você é obrigado a usar uma marcha mais forte. É isso que acontece durante o treino, o giro do motor da fonte aeróbica está no máximo, mas não aguenta fornecer energia de forma tão rápida em proporção aos tipos de esforços que fazemos. Aí, na sequência acionamos a fonte anaeróbica do ATP-PC e dependendo da duração do exercício (uma “ladeira mais longa”), a FONTE DA GLICÓLISE tem que entrar em ação também. Assim, que a ladeira acaba (terminei as repetições de meu exercício), o giro do motor da FONTE AERÓBIA continua alto para fazer a ressíntese da ATP e reabastecemos a célula de glicose, ácidos graxos e triglicerídeos. Vencida a ladeira, podemos voltar para a 5ª marcha, nossa frequência pós-esforço diminui e estamos prontos para nova série. MAS NUNCA PARAMOS DE FAZER AEROBIOSE EM MOMENTO ALGUM E AS 3 FONTES TRABALHAM JUNTAS APENAS HAVENDO UMA PREDOMINÂNICA MAIOR DE UMA SOBRE A OUTRA EM RELAÇÃO À INTENSIDADE E DURAÇÃO DA AÇÃO MUSCULAR! Aqui já ficou a dica do entendimento porque os treinamentos intervalados são tão eficientes!
É isso galera, bons treinos e até a próxima!
ATENÇÃO: Este artigo serve apenas para fins informativos e não se destina a fornecer assistência médica. Este artigo possui autorização expressa do autor.
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