Como utilizar corretamente o cinturão de proteção lombar na musculação?

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Como usar corretamente o cinturão de proteção lombar na musculação

Aprenda a usar o cinturão de proteção lombar na musculação, seus tipos, objetivos e benefícios!

O uso do Cinturão de Proteção Lombar sempre foi uma prática comum apenas entre Levantadores Olímpicos e Basistas, contudo este veio ganhando novos adeptos entre atletas do fisiculturismo e chegou até os MALHADORES RECREACIONAIS de diversos níveis de experiência em musculação. Assim, aqui cabe uma pergunta… Será que o uso do cinturão é realmente necessário entre este último grupo? Caso seja, qual a maneira correta de usá-lo? Quais as maneiras equivocadas de usá-lo? Que efeitos malignos podem resultar de seu mau uso?

Os tipos de Cinturão:

Existiam basicamente dois tipos de cinturões, ambos fabricados em couro rígido de camadas superpostas e com fivela de dupla. O cinturão mais usado pelos levantadores olímpicos e basistas possui uma largura constante que dependendo do tamanho do indivíduo, esta pode ser de 10 ou de 15 cm. (TIPO 1, na ilustração no topo do artigo)

O cinturão adotado pelos fisiculturistas e malhadores recreacionais tem a frente mais estreita com 10 cm e a parte posterior bem mais larga algo em torno de 15 a 20cm de maneira que essa parte preencha o espaço entre as últimas costelas e o ilíaco. (TIPO 2, na ilustração no topo do artigo)

Não muito tempo atrás, surgiram os cinturões feitos em cordura recobrindo telas de EVA e fechamento em velcro com pequena diferença entre a parte posterior ligeiramente mais larga que a anterior no intuito, combinando os dois tipos anteriores. (COMBINADO, na ilustração no topo do artigo)

Os objetivos do Cinturão:

O cinturão tem dois propósitos básicos:

1) Reduzir o stress sobre a coluna lombar enquanto o indivíduo retoma a posição vertical vindo de qualquer movimento em que tenha havido uma flexão do quadril.

2) Evitar a hiperextensão da coluna lombar nos levantamentos acima da cabeça.

As ações protetivas do Cinturão:

O cinturão reduz o stress sobre a coluna lombar por compressão do conteúdo da cavidade abdominal. Isto aumenta a pressão intra-abdominal (PIA), que por sua vez promove um maior suporte da face anterior das vértebras lombares bem como reduzindo a pressão intradiscal. Esta ação combinada permite que os músculos eretores espinhais (que seriam os responsáveis pela sustentação da coluna lombar) façam menos força durante os levantamentos.

O cinturão evita a hiperextensão lombar por formar uma parede rígida em torno da sessão média corporal, como se conectasse a caixa torácica ao quadril. Isto não limita apenas os movimentos posteriores da coluna, mas também os movimentos laterais e rotacionais.

A sensação física do cinturão contra a pele favorece ainda ao seu usuário uma maior consciência corporal do posicionamento da coluna durante os exercícios.

Os cuidados com o uso do Cinturão:

O cinturão DURANTE a execução dos exercícios deve estar o mais justo possível para que o usuário possa colher os benefícios deste. Entrentanto, há uma alta demanda física pelo uso deste e assim logo ao acabar o exercício o mesmo deverá ser imediatamente afrouxado!

Pesquisas mostram que o uso do cinturão apertado durante os exercícios eleva ainda mais a pressão arterial, especialmente se for usada a MANOBRA DE VALSALVA e tenderá a permanecer elevada, caso não se afrouxe o cinturão ao final da série! É completamente injustificável a utilização do cinturão em exercícios onde a musculatura de sustentação lombar não seja realmente solicitada como quando em AGACHAMENTOS, LEVANTAMENTOS TERRA E DESENVOLVIMENTOS ACIMA DA CABEÇA, mas com cargas MUITO ELEVADAS (quando durante a fase de força e treinando de 6 repetições para baixo). Para qualquer outro exercício ou intensidade de carga abaixo de 90% 1RM é pura perda de tempo. Ainda por cima teremos um AGRAVANTE! O uso contínuo do cinturão leva a uma perda de força isométrica (a que sustenta a postura) dos músculos do abdômen (especialmente o Transverso do Abdômen) e da mesma forma dos Eretores Espinhais.

RESUMO: Caríssimo(a)s caso você não esteja em PLENA FASE DE FORÇA, esqueça o cinturão em casa. O importante é que preste atenção em sua postura durante a execução dos exercícios mantendo a musculatura sustentatória contraída e permitir que essa também se fortaleça a medida que suas cargas aumentem!

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ATENÇÃO: Este artigo serve apenas para fins informativos e não se destina a fornecer assistência médica. Este artigo possui autorização expressa do autor.

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Sobre o autor

Eder Lima

Preparador Físico Particular e Consultor Técnico de Atletas de Alto Rendimento em Diversas Modalidades Esportivas; Consultor para montagem, organização e normatização técnico administrativa para academias; Consultor em Coaching Corporativo; Ex-docente em cursos de graduação, extensão e pós-graduação nas cadeiras de: Biomecânica, Cinesiologia, Musculação e Neurofisiologia. Pós-graduado em PREPARAÇÃO FÍSICA e MUSCULAÇÃO, UGF. 1994 portador do CREF. G/MG 01232.

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